Enquanto, no Brasil, os softwares integrados de gestão (ERP) da TOTVS possuem o maior percentual de adoção dentro das empresas em geral, esse percentual muda de figura quando se restringe análise apenas para as companhias com mais de 1 mil colaboradores: nesse segmento, a SAP se iguala ou até ultrapassa a companhia brasileira.
Este foi um dos dados apresentados em evento para a imprensa organizado pelo o Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV EAESP), e estão inclusos dentro da 31ª Pesquisa anual do uso de TI no Brasil.
Coordenado pelo professor Fernando Meirelles, o estudo ouviu 2.622 empresas de médio e grande porte, mensurando indicadores como volume de venda de dispositivos no país, representatividade dos gastos de TI dentro da receita das companhias e as tendências do mercado de software.
De acordo com a análise feita na edição 2020 da Pesquisa, a companhia fundada por Laércio Cosentino detém 33% do mercado de Sistemas Integrados de Gestão, seguido de perto pela SAP (32%) e de forma mais afastada pela Oracle (12%).
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Porém, a situação se inverte quando a amostra de empresas respondentes é segmentada de acordo com o porte da organização. “Nas empresas menores, a TOTVS tem quase metade da base instalada”, explica Meirelles “Mas a participação da SAP cresce conforme cresce o porte da empresa.”
O estudo apresenta mais dados que comprovam a tendência. Nas empresas com até 180 teclados, a TOTVS chega a representar 47% do total de ERPs instalados. Nas firmas entre 181 e 799, as marcas competem com um pouco mais de igualdade , com 36% de representatividade para TOTVS e 30% para a SAP.
Porém, quando esse o número de periféricos chega a 800, a participação da marca despensa para 19%, e a SAP dispara em 50%. “Em empresas com mais de 2 mil teclados esse número chega a ser maior”, complementa o professor.
Meirelles também avalia que o momento atual, que transportou parte da força de trabalho para o formato remoto, fará com que as marcas invistam na renovação ou implementação de novos sistemas, de forma a não perder competitividade.
Em paralelo ao mercado de ERPs, o estudo também apresenta um uso maior por parte das empresas da chamada inteligência analítica, que compreende o uso de soluções de business intelligence, analytics e CRM.
O estudo aponta as soluções da SAP como as mais utilizadas, com 25% de participação, seguidas por Oracle (16%), TOTVS (15%) e Microsoft (13%). Mesmo ocupando o quinto lugar, a plataforma Qlik, com 13% de adoção, foi o destaque apresentado por Meirelles. “Há poucos anos, seu uso era menor do que 5%”.
Ao medir os investimentos em TI realizados por médias e grandes empresas, a pesquisa apontou que o percentual padrão corresponde a 8% da receita.
Dividindo os resultados por setores, a área de serviços (com bancos inclusos) tem o maior percentual de gastos (11,4%). Ao isolar apenas as instituições financeiras, o número ficaria em 15,7% de percentual investido. A indústria registra 4,8% e o Comércio 3,8%.
A métrica de Custo Anual de TI por usuário (que mede os gastos e Investimentos em TI, dividido pelo número de usuários da empresa), ficou com a média de R$ 52 mil reais, atingindo o seu pico maior na área financeira (R$ 114 mil por usuário) e o registro menor no setor de Ensino (R$ 22 mil).
Dentro do mercado de produtos, a Pesquisa identificou que o Brasil conta com 424 milhões de dispositivos digitais (computador, notebook, tablet e smartphone) em uso no Brasil,, sendo que a média de 4 celular comprados por cada TV no país.
Falando sobre o mercado de computadores, a pesquisa do FGV EAESP identificou que existem 191 milhões de equipamentos no Brasil, somando desktops, laptops e tablets. Mas o número dos dois primeiros pode aumentar nos próximos anos, caso o home office seja de fato adotado por uma parcela maior das companhias.
Falando de futuro, a análise indica acompanha outros estudos que apontam uma aceleração da transformação digital por conta do novo coronavírus (Covid-19), puxando os gastos e investimentos de TI e apostando em vertentes como inteligência analítica e maior de um ERP que acompanhe esse movimento.
Nas grandes empresas, os esforços anteriores serão somados a iniciativas envolvendo governança de TI, inteligência artificial e Internet das Coisas.
Sobre o efeito da transformação digital na vida das pessoas, Meirelles acredita que, apesar de não ser possível mensurar o quanto das práticas atuais permanecerão na nossa rotina durante a futura volta ao escritório, é possível afirmar com segurança que alguns hábitos foram modificados de forma definitiva.
“Posso garantir que vamos ter uma herança disso. Agora o tamanho [dessa mudança], ainda não dá para saber”, resume o coordenador.
Fonte: Computerworld